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Mostrando postagens de agosto, 2020

Poesias pandêmicas

É a questão da solidão. Ela vem sorrateira e às vezes quer dominar, mas nada como um fim de tarde, um olhar de uma criança que essa sensação faça eliminar. A dor tangente e aflorada na alma se dissipa Sempre apreciando o que é simples, como o filho empinando pipa Ao redor, pessoas isoladas, que nem se dão bom dia O relógio acelera, numa pressa infindável que contagia A alegria de uma vida inventada com traços Tão ilusória que é necessário beliscar os braços Porque tem burocracia que o homem cria para manter a sanidade Tão inútil, tão fútil, que não passa de mera mediocridade E pode ser por acidente, por um carro, um caminhão A vida é ceifada e se Deus quer, não há quem diga não Porque tudo não passa de instante, uma fumaça Que se esvai ao soprar do vento por onde passa E o hoje pode nem se tornar amanhã Então aproveite e viva o bem, para uma morada em Canaã...

Não deu para não escrever. Crises pandêmicas, irmã de autista, mãe, professora e filha!!!

Dizer que a morte já não tentou me levar seria mentira. Dizer que não tive experiências espirituais que testificam ainda mais a minha fé também. Mas assim como a vida tem seus altos, passa pelos baixos que são os vales. E como filha, como mãe, como irmã, como professora e como Ana, simplesmente uma mulher de 27 anos, me vejo com pensamentos tão aflorados ultimamente que quero expô-los porque talvez ajude alguém e amenize um pouco da angústia “pandêmica” e futurística. Muitos sabem (ou não) sobre minha infância/adolescência. Não sei porquê, mas resolvi falar sobre ser a irmã de um autista grau severo. Para quem não sabe, não é doença, não é algo que tenha cura. É transtorno mental e emocional, e como todo transtorno, há apenas tratamentos paliativos e evolutivos. Um passo de cada vez, um dia após o outro. E uma dose diária de coragem e paciência. Acho que não tem porque pintar esse mundo de cor de rosa ou sequer dizer que ai é tudo lindo, ai como é agradável e especial. Não, chega