MÃE DE DOIS

Eu vim falar sobre o amor. Esse que eu sonho em viver, mas que parece tão inalcançável. É engraçado pensar assim, porque vejo tantas pessoas com superficialidade em relacionamentos e outras que levam a sério mas que no fim desistem de lutar pelo outro. Por quê complicar algo tão simples? O diálogo, a leveza, o companheirismo, o ter a certeza que vai ter alguém pra contar. Para nós, mulheres, o amor é sinônimo de proteção, zelo, carinho... Automaticamente um complementa o outro: seja nas suas fraquezas ou nas diferenças. É necessário uma dose diária de equilíbrio para que não sufoque, nem tanto para que esqueça. Esteja ali, mas deixe livre. Faça questão de ficar, faça questão de amar quando seu coração pedir. A sede de amar também é preocupante quando usada para se lambuzar. É aquilo: a carência produz afetividade em excesso, essa por sua vez, confunde-se na ansiedade de companhia, causa estrago no coração e quando o cérebro toma ciência já foi. É uma tempestade de emoções confusas... E

E a conclusão aos poucos toma cor e forma. É claro que nada que seja considerado um problema é superado de uma hora para outra. Tudo requer tempo e sabedoria para driblar e superar. Chega-se a um nível de maturidade em que pessoas podem tentar tirar sua paz física, mental, emocional e não conseguem de tanto que você já sofreu e calejou... Calejou tanto que agora criou uma couraça e por cima da couraça uma armadura indestrutível. As tempestades vêm e com elas, granizos, restos de árvores e pedras, enchentes ou nevasca. Elas vêm e da mesma forma como vêm, elas vão. E o dia ensolarado impera. No interior da alma é a mesma coisa. Mas é nova fase, e quando alguém de fora fala que tudo aos poucos se ajeita, parece tão distante essa realidade. Mas ela lentamente dá o ar da graça, trazendo consigo a paz tão desejada, a graça imerecida, e manda embora a insegurança, o medo e o nó na garganta que outrora existia e trazia consigo as crises de ansiedade.

Ouvi dizer que precisamos planejar. Ouvi dizer que o amor precisa ter regras, espera, atenção para não ferir. Eu contrario esse pensamento. Quando o amor bate à porta, não tem que haver dose de preocupações e neuras. O amor e seja ele de qual área (de casal, de amigo, de irmão) é leve, sublime, não traz traumas mas carrega consigo bagagens e experiências do outro, que somadas às suas são delineadas para uma nova experiência.  Viver requer calma, sabedoria. Separar requer recomeços... Esses recomeços vêm de escolhas tomadas, refeitas, desfeitas, decisões sofridas e outras libertadoras. O ponto chave de tudo é que a vida é muito curta, é simples... Mas têm dias que parece ser tão cruel, tão dolorosa e difícil! E é aí que vem a hora de achar aquilo ou aquela pessoa que te traz a paz, a leveza em dias nublados. Achar o teu "sol". Pode ser numa árvore, numa paisagem, num livro, num filme, num crush, mas sobretudo em Deus, que é o maior "sol" que qualquer pessoa poderá t