Pra você. Se um dia ler. Saberá.

 E esse é pra você. Se um dia vai ler ou não, não sei. Se isso refresca a memória ou não, não sei.

Doeu. Doeu cada parte de mim que deixei ir com você, a cada dia, segundo e minuto da minha vida que me dediquei em te fazer feliz, em ter medo de te confrontar ou ser apenas quem eu era. Doeu quando eu olhei em seus olhos mas sempre os desviava de mim. Doeu quando eu queria seus carinhos, beijos, afagos, fazer amor e ser negada. Doeu ser tratada como um fantoche, como uma boneca inflável e sem vida. Doeu a solidão de estar com alguém, doeu a ausência apesar da presença. O perdão veio, a empatia sempre. Porque um coração bom, sempre será em sua totalidade, mas cada parte de mim que ia, era uma parte do coração que sangrava, era como alguém pisando num caco de vidro e o moendo ainda mais. Doeu a falta de cumplicidade, de amor, de cuidado. Doeu a sequência de promessas vazias e aleatórias, doeu as tentativas inúteis de me dedicar ao fel, fingir que quem sabe um dia seria mel. Doeu me negligenciar tanto tempo, me anular. Doeu. Doeu. Dói lembrar, não por falta de perdão, mas dói não entender aonde a minha mente estava quando permiti. E se serve de consolo e principalmente conselho: não se percam de si mesmos, porque pra se reencontrar, e ainda mais quando se perde para que outra pessoa seja prioridade, o erro é nosso mesmo de deixar. Se você mesmo não se ama, quando o outro terá espaço pra te amar? Notar? Amor começa pelo próprio, se um dia algum baterá à porta é incerto, importante é o seu estar lá. No café, numa comida feita pra si, num banho de banheira, numa série favorita. Num filme, num texto escrito. Em seus olhos refletidos na mulher que o espelho mostra: mais madura, inteligente, amável, de coração grandioso, mas não tola. Nunca mais feita de fantoche, porque agora... ela sabe quem é. 

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